quinta-feira, 27 de maio de 2010

DEPOIS DA 'DIARRÉIA', UM 'SIFU' E MILAGROSA APROVAÇÃO 'POPULAR'

COMENTÁRIOS

Eu sei que você, leitor, pensou que já tivéssemos visto chegar ao limite a estupidez e a falta de postura de estadista do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do país. Enganou-se. Depois de falar em 'diarréia', utilizando o termo nada elegante como figura de linguagem para mais uma de suas comparações estapafúrdias, dessas que já estamos acostumados a ouvir, o presidente conseguiu a inimaginável proeza de se superar. Ele soltou um claro e retumbante "sifu" (que, mesmo sendo um palavrão que se refira jocosamente ao ato sexual, significa, na verdade, 'se deu mal'). Quem é que poderia imaginar que um presidente da república pudesse dizer um palavrão como esse numa fala oficial? É mais um 'nunca na história desse país' para a coleção memorável de Lula.

Como se não bastasse a linguagem de baixo calão do presidente, a coisa que mais nos pode deixar surpresos é a naturalidade com que Lula fala dos problemas do país, como se tivesse tomado posse, para exercer seu primeiro mandato, logo ali há, no máximo, um ano.

E, para fechar com chave de ouro, sai, hoje, mais uma pesquisa do Datafolha mostrando, novamente, que o governo, misteriosa e milagrosamente, é considerado ótimo ou bom por 70% dos brasileiros. Aprovação é a maior que um presidente já teve, desde 1990 - ou seja, desde de FHC.

Senhoras e senhores, o poço ainda é mais fundo do que se pensava que era ou que poderia ser.

Rebecca Santoro

O HOMEM DO “SÍFU”



Por Reinaldo Azevedo



Lula só pode ter voltado a abusar da água mineral. Não há outra explicação. No discurso em que, na prática, ficou tentando encontrar culpados para as dificuldades que a economia brasileira já começou a enfrentar, ele começou dizendo que é um Dom Quixote. Tá. Inteligente ele é, já afirmei aqui umas 500 vezes. Mas é de uma ignorância oceânica. A único traço de caráter apreciável da personagem de Cervantes era a inocência. No mais, bem..., era um desastre. E Lula não tem a metade da inocência daquele. Ademais, o que, naquele, era loucura, neste, é puro método. Se ele é mesmo um Dom Quixote, o desfecho será o pior possível. Adiante.

Encantado com o som da própria voz — um dos males que amiúde o acometem —, disse que o mercado financeiro é como um filho adolescente rebelde, que não quer saber do pai e da mãe... E foi adiante, vermelho, falando alto: “Quando o mercado tem uma dor de barriga, e, nesse caso, foi uma diarréia braba, quem é chamado? O Estado, que eles negaram por 20 anos". Entenderam? O Estado é o pai e a mãe da sociedade. Santo Deus!



Era pouco? Era pouco! Explicando por que prega tanto otimismo, Lula aí se comparou a um médico que estivesse atendendo a um doente. E indagou: “O que você fala? Dos avanços da medicina ou olha pra ele e diz ‘SÍFU’?” Sim, Lula empregou a palavra “SÍFU” num discurso oficial.


Bem: “SÍFU”, vocês devem saber, é uma forma sincopada da versão vulgar do verbo “copular”, mas numa estranha e improvável forma reflexiva. O “si” vem do “SE”, e o “FU”, da primeira sílaba do sinônimo de “copular”, mas trocando o “O” pelo “U”, entendem? E, na forma reflexiva, aquele sinônimo perde toda a carga positiva. Quem "sífu" está estrepado.


Isso é Lula, é normal. O seu gosto pelo tabuísmo é notório e conhecido. Mas o mais interessante é outra coisa. Recuperando-se o contexto da sua fala, fica claro que, para o “médico” Lula, o paciente Brasil “sífu”.


O país, muito melhor do que seus políticos, vai resistir. Ainda bem! Mas, sob muitos pontos de vista, o que se vê aí é o fundo do poço. Vamos torcer para que a economia mundial se recupere logo.



LULA TEME VER RUIR O MITO



Lula sabe que o mito do presidente competente e pé-quente, criado pelo PT e por seus marqueteiros, tinha uma base de sustentação: a expansão da economia mundial. Era o efeito do tal “neoliberalismo”, vocês sabem, que ele odeia tanto. Essa expansão trouxe muitos benefícios para o Brasil: elevação do preço das commodities, crescimento das exportações, aumento do emprego com carteira assinada... Tudo isso que está na raiz da popularidade do Apedeuta. Afinal, ele não é aprovado pela maioria dos brasileiros por causa da oratória apenas...


Pois é. Se Lula era o responsável por tudo aquilo, não a conjuntura internacional, que importa que esta mude? Lula tem de continuar a fazer milagres, certo? Acontece que ele não faz. Espertíssimo, o homem que sempre correu para o abraço quando a economia crescia a mais de 5%, já começa a tirar o corpo fora. Está em busca de culpados.

Os primeiros que entraram na sua alça de mira fomos nós, o conjunto dos brasileiros. Lula diz que, se a gente não sair comprando, vai haver desemprego. E, como o desemprego vai mesmo aumentar, os responsáveis já estão identificados. “Mas por que ele não culpa a crise internacional e pronto?” Porque seria forçoso admitir que, não podendo ele interferir no que acontece de mau no mundo, também não interferia no que acontecia de bom.


Em seguida, Lula mirou no Banco Central, que está, segundo diz, cobrando uma taxa de juros injustificável. E, hoje, mandou ver contra os bancos. Também eles não estão facilitando o crédito. E eu? Estou dizendo que a culpa é de Lula? Não! Como também nunca atribuí a ele o bom desempenho de antes da economia.


Quanto à referência que fez a Obama, dizer o quê? Era uma questão de dias ele sentir uma certa ponta de inveja, de ressentimento até. O mundo — e também o Brasil — descobriu um novo milagreiro: mais poderoso do que Lula, mais articulado do que Lula e, como direi?, ainda mais “minoria” do que Lula. E isso é demais pra sua vaidade.





Lula critica bancos de montadoras por dificultarem compra de carro

04/12/2008

CIRILO JUNIOR

Folha Online


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que, apesar de o governo ter disponibilizado mais crédito para os bancos das montadoras, está mais difícil comprar carro no país. Lula culpou essas financeiras que, segundo ele, vem encurtando os prazos das prestações diante da crise.


"Quando nós disponibilizamos dinheiro para as financiadoras das empresas automobilísticas venderem carro, o que aconteceu? Aumentou a entrada do carro de 20% para 30%, diminui o número de prestações, de 70, 72, para 36. Ou seja, ao invés de se facilitar, se dificultou a compra do carro", afirmou, durante lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, no Rio.


Segundo divulgou a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) hoje, a produção de veículos recuou 28,6% em novembro deste ano ante o mesmo período de 2007, e as vendas, 25% na mesma base de comparação, com o impacto da crise de crédito internacional.


De acordo com o presidente da entidade, Jackson Schneider, o estoque ao final de novembro representava 56 dias, sendo 25 na indústria e outros 31 nas concessionárias.


O governo anunciou no início de novembro a liberação de R$ 4 bilhões do Banco do Brasil para os bancos das montadoras, para irrigar o crédito do setor. Na mesma seguinte, a Nossa Caixa, do governo do Estado de São Paulo, também liberou outros R$ 4 bilhões com o mesmo objetivo.


Lula destacou que, em época de crise, os governos têm de optar em fazer os gastos necessários, que resultem em geração de emprego e renda para o povo. Diante disso, disse que o governo não vai deixar de investir "nenhum centavo" dos R$ 504 bilhões previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).


"O que nós precisamos é tomar a decisão de não investirmos nenhum centavo em custeio enquanto tiver dificuldades, mas vamos investir todos os centavos possíveis em coisas produtivas, em coisas que possam gerar emprego, distribuição de renda, salário e poder de compra do povo brasileiro", salientou.

Lula minimizou a promessa do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, de criar 2,5 milhões de empregos. Criticando parte da elite brasileira, que para Lula, é "colonizada intelectualmente", ele destacou que o país criou, este ano, número semelhante de novas vagas no mercado de trabalho.


"Quando o Obama propôs criar 2 milhões de empregos, foi uma coisa fantástica. (...) Este ano, no Brasil, criamos até agora, 2,149 milhões de empregos de carteira profissional assinada. E certamente que não mereceu 10% do destaque dos 2 milhões do Obama até 2011".


No fim do discurso, o presidente disse não ligar para as piadas que fazem em relação a ele. Descartando ser preconceituoso, Lula afirmou que gosta de brincadeiras politicamente incorretas.


"Acho que o mundo ficou chato depois que proibiu e está exigindo piadas politicamente corretas. Piada só é boa quando é escrachada. De qualquer forma, como sou apenas um, me submeto ao politicamente correto", concluiu.


Lula criticou a política adotada pela Vale de investir apenas na produção de minério de ferro, ao invés de apostar em outros produtos da cadeia, com maior valor agregado. Lula disse que ligou para o presidente da mineradora, Roger Agnelli, para questionar as 1.300 demissões anunciadas ontem, e, com críticas à imprensa, se resumiu a exaltar as contratações que a empresa havia feito antes do agravamento da crise.


"Liguei para o Roger [Agnelli] e disse: Quero saber por quê você mandou 1.300 trabalhadores embora? Qual é a crise? Ele disse: 'Ah presidente, mandei embora 400 que estavam no Canadá, as pessoas foram dispensadas pela inovação tecnológica da empresa, e dispensamos muita gente que trabalhava no escritório'. Mas uma coisa que a imprensa não diz é que esse ano a Vale contratou 6.200 funcionários. Se a gente mostra apenas uma cor, a gente não permite que o mundo tem um colorido além daquela cor apresentada às pessoas", afirmou, durante lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, no Rio.


Lula acrescentou que voltou a falar com o "companheiro Roger" sobre a necessidade de a Vale investir em outros produtos da cadeia do minério de ferro. Para o presidente, está provado que é melhor fazer o processo de transformação do produto no Brasil do que simplesmente vender a matéria-prima para outros países.


"Porque você vende 1 tonelada de bauxita por US$ 30, 1 tonelada de alumínio por US$ 500 e 1 tonelada de alumínio por US$ 3 mil. (..) Está provado que é muito melhor a gente fazer o processo de transformação aqui dentro e, ao invés de ficar vendendo minério e mais minério para a China, para eles produzirem mais aço e mais aço para vender para nós, vamos nós produzir aqui dentro. Vamos gerar os empregos necessários. Vamos gerar o desenvolvimento tecnológico desse país", completou.


Diante do anúncio de demissões em grandes empresas, como a da Vale do Rio Doce, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é importante que não se entre em clima de desespero, visto que o país - na visão de dele - está muito diferente, "no melhor momento econômico da história".


Lula afirmou ter certeza que o Brasil é o país mais preparado para enfrentar a crise entre os integrantes do G20 (grupo das principais economias desenvolvidas e emergentes do mundo). Lula reafirmou que ainda o Brasil não vai quebrar diante da turbulência no mercado financeiro internacional.


O presidente, que já comparou a crise a uma marola, disse que o atual cenário, possivelmente, seja pior do que o observado na crise de 1929. Ele ressaltou que a turbulência nos mercados surgiu no momento de maior respeitabilidade do Brasil no cenário internacional.


Ainda sobre o tamanho da crise, Lula lembrou que nas crises da Rússia, do México e dos países asiáticos foram injetados US$ 200 bilhões no mercado. Na crise atual, foram US$ 4 trilhões, segundo o presidente. Lula disse ainda que apesar do PIB mundial somar US$ 65 trilhões, o dinheiro que circulava no mercado chegava a ser dez vezes maior e sumiu, resultando na falta de crédito no mercado.


"Esse dinheiro que desapareceu, fico me perguntando se está todo nas Ilhas Cayman. É tanto dinheiro que se estivesse lá, ele tinha afundado. É tanto dinheiro que na minha cabeça, não cabe. Eu, talvez, não tenha todos os neurônios para compreender o que significa US$ 600 trilhões. Se fosse de real eu ainda sabia, mas de dólares, é tanta coisa que não consigo saber".

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